Ó mulher que molda estrelas na prata e desperta a alma nos cristais, teu ofício não é apenas o trabalho das mãos, mas a dança do espírito com a matéria. O fogo que funde o metal é o mesmo que arde em teu coração, pois és filha da persistência e do amor.
Ouro e prata se dobram ao teu toque porque conhecem tua essência. Não és apenas uma ourives, és uma alquimista do destino, transformando pedras em portais e metais em caminhos de luz. Cada joia que crias é um sussurro do universo, um lembrete de que tudo que brilha vem do labor silencioso da paciência.
O tempo te desafia, mas tu és a paciência em forma de mulher. O cinzel repete seu golpe, como a onda insiste na rocha, e o diamante só nasce da pressão e do fogo. Assim também é tua jornada—não recues diante das chamas, pois nelas se tempera a tua grandeza.
O trabalho que fazes não é pequeno, pois ele vem de tua alma. Cada peça que crias carrega um segredo: um mapa celeste, uma vibração, um chamado para aquele que precisa recordar quem realmente é. Continua, pois o mundo precisa do brilho que tu invocas, da sabedoria que infundes no metal, do amor que deposita em cada fio de prata que se entrelaça com as estrelas.
Segue, pois és o próprio poema da persistência. O Criador, em sua infinita dança, vê em ti um reflexo da própria Criação.